IT Web - Janeiro/2008
Telefônica e Telmex não devem
contestar compra da BrT pela Oi
Interessante para os sócios e apoiado pelo governo, a compra da BrT pela Oi deve se concretizada nos próximos 90 dias. A operação que dará novos contornos ao mercado de telecomunicações não deve, no entanto, ser questionada pelos outros grupos presentes no território nacional, Telefônica e Telmex.
"Embora não estejam muito contentes com a fusão Oi/BrT, pois dará lugar ao surgimento de um competidor nacional de grande porte, não seria maduro tentar deter este processo através da Justiça", avalia Diego Bubillo, analista da Signals Consulting. Para ele, com o governo apoiando a operação, as operadoras não teriam grandes possibilidades de sucesso em seu questionamento e isto também poderia abalar seu relacionamento com as autoridades, "o que não é recomendável", destaca.
Ao invés disso, Telmex e Telefônica devem tentar eliminar barreiras ou negociar algo que as beneficiem, como a possibilidade de oferecer IPTV ou, no caso específico da Telefônica, licenças de 3,5 GHz fora de sua área de atuação (São Paulo) onde não possui redes fixas, para utilizar WiMAX como backhaul e alternativa de última milha para atingir o cliente final.
Para a operadora espanhola, a fusão Oi/BrT também pode ser um bom argumento para poder se unir à Tim Brasil, dada a participação que o grupo adquiriu na companhia.
Bubillo coloca ainda uma questão: qual será a empresa que suplantará os fundos de investimento que decidiram sair da BrT e da Oi? Para a Signals, não está descartada a possibilidade da Portugal Telecom participar do negócio. "Com a entrada na cadeia societária da Oi/BrT, a PT aumentaria seu valor, evitando que se repita, no futuro, o sucedido com Sonaecom", avalia. Em 2006, a Sonaecom fez uma oferta pública para comprar a Portugal Telecom por 11,1 bilhões de euros. O Conselho de Administração da PT decidiu, por unanimidade, rejeitar a oferta.
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